Nesta seção, além de ser apresentado o conceito de ``confiança no funcionamento'', são também apresentadas outras definições que formam o contexto desta área. Conforme já observado na introdução, não é objetivo deste trabalho contestar as definições adotadas pelos organismos internacionais. Portanto, todos os conceitos aqui expostos seguem as definições de /Laprie 89/, que é uma das últimas publicações que exprime as resoluções tomadas pelo subcomitê ``Fundamental Concepts and Terminology''.
Vamos abordar os conceitos que expressam os métodos de classificação, construção, operação e avaliação de uma classe de sistemas, cujas propriedades ou qualidade de serviço, permitem que se tenha, justificadamente, confiança no funcionamento dos mesmos.
O serviço fornecido por um sistema é o seu comportamento conforme é percebido pelo(s) seu(s) usuário(s); um usuário é outro sistema (humano ou físico) que interage com o sistema sendo considerado.
A vida de um sistema é percebida pelos seus usuários como a alternância entre dois estados do serviço fornecido, com relação ao serviço especificado:
A falha ocorre porque o sistema estava incorrecto: um erro é a parte do estado do sistema que pode conduzir à falha, isto é, o fornecimento de um serviço que não está de acordo com o serviço especificado.
A causa de um erro - no seu sentido fenomenológico - é uma falta. Uma falta pode existir muito antes de produzir efeitos: diz-se inativa. Quando de algum modo é ativada, a falta cria um erro latente que se torna efetivo quando é ativado; quando o erro afecta o serviço fornecido, ocorre uma falha.
Exposto em outros termos, um erro é a manifestação de uma falta no sistema, e uma falha é a manifestação de um erro no serviço.
A obtenção de confiança no funcionamento de um sistema computacional, requer a utilização combinada de um conjunto de métodos, que podem ser classificados conforme segue:
A prevenção de faltas e a tolerância a faltas podem ser vistas como sendo a obtenção da confiança no funcionamento: como prover o sistema com a capacidade de fornecer o serviço especificado; a supressão de faltas e a previsão de faltas podem ser vistas como sendo a validação da confiança no funcionamento: como alcançar confiança na capacidade do sistema em fornecer o serviço especificado.
As noções introduzidas até aqui constituem os atributos descritivos da confiança de funcionamento, que podem ser agrupados em três classes:
Estes pontos de vista, de certa maneira, possibilitam que os atributos perceptivos da confiança no funcionamento sejam definidos. Todos ou alguns deles fazem parte da especificação do serviço para o sistema computacional, de acordo com a aplicação considerada.